Idealizada há mais de quarenta anos pelo cardiologista americano Dr. Robert Atkins e com grande número de seguidores em todo o mundo, esta dieta foi, durante muito tempo, criticada devido ao receio de que o maior conteúdo de alimentos gordurosos pudesse provocar aumento de colesterol e doenças cardiovasculares a longo prazo. Entretanto, apenas recentemente, foram publicados estudos de maior duração e número expressivo de pacientes, mostrando a eficácia e segurança desta dieta, tornando-se, portanto, uma alternativa de tratamento para pacientes obesos refratários às dietas tradicionais e sem contra-indicações ao método.
Em 2007, um estudo americano com duração de doze meses, envolvendo mais de 311 pacientes, comparou quatro diferentes tipos de dietas e a dieta restrita em carboidratos foi a que mostrou maior perda de peso e melhores efeitos metabólicos. Outro importante estudo, realizado em Israel no ano de 2008, acompanhou 322 pacientes por dois anos, divididos em dieta Mediterrânea, hipocalórica com redução de gorduras e dieta restrita em carboidratos. Ao final do estudo, novamente a dieta restrita em carboidratos, foi a que apresentou maior perda de peso, sem prejudicar os níveis de glicemia e colesterol.
Embora permita consumo livre de muitos alimentos como carnes, ovos, queijos e verduras, ela possui um forte componente restritivo em relação aos carboidratos. De acordo com os resultados, esta restrição vai diminuindo gradativamente, mas a proposta é que continue, mesmo na fase de manutenção, com um baixo consumo de carboidratos, sobretudo açúcar e farináceos.
Diante das amplas evidências de seus possíveis benefícios, deve-se lembrar que a indicação da Dieta Restrita em Carboidratos, tem que obedecer a critérios clínicos e laboratoriais, além de necessitar de acompanhamento nutricional, com o objetivo de se prevenir carências nutricionais e eventuais complicações. Um importante fator de sucesso está na seleção adequada do paciente e na sua constante supervisão.
Como se pode ver não se trata de uma "fórmula mágica". Também precisa de dedicação a longo prazo e, em alguns pacientes, até mais compromisso do que nas dietas tradicionais, baseadas em controle de calorias. Por outro lado, amplia com segurança as opções de tratamento em pacientes com excesso de peso, resistentes ao tratamento convencional.
Fonte: Instituto Mineiro de Endocrinologia
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