segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tríade da Mulher Atleta

TRÍADE DA MULHER ATLETA:

É uma síndrome que consiste em: Desordens Alimentares, Amenorréia e Osteoporose. Esses componentes são inter-relacionados.

DESORDENS ALIMENTARES:

Compreendem em Anorexia e Bulimia Nervosa. Ocorrem em atletas onde os esportes de maior risco são aqueles nos quais um baixo % de gordura é desejável. Eles podem prejudicar o físico atlético e o desempenho profissional, aumentando o risco de lesões.

- Anorexia Nervosa: É um transtorno alimentar caracterizado por grande restrição alimentar auto-imposta tendo como objetivo a perda excessiva de peso. Como consequência encontra-se: distúrbios menstruais, arritmias cardíacas, desidratação, desmineralização óssea, manutenção do peso corporal inferior a 85% do que é considerado adequado para estatura e idade, índice de massa corporal (IMC) igual ou inferior a 17,5kg. Se o IMC é abaixo de 15 pode ser considerado como uma fase crítica, pois ocorre o desaparecimento do tecido adiposo e uma atrofia muscular considerável além de outros fatores que contribuem para a gravidade da doenças.

- Bulimia Nervosa: Apresenta como principal característica, episódios de ingestão alimentar incontrolável, seguida da utilização de e4stratégias para "eliminar" as calorias ingeridas, o que ocorre por métodos purgativos (vômitos e uso de laxantes e diuréticos) e não-purgativos (jejuns e exercícios físicos excessivos). Tendo como consequências: perda de fluídos e eletrólitos, diminuição na concentração de potássio sérico, distúrbios gastrointestinais, erosão e perda do esmalte dentário, entre outras. IMC normal ou acima do normal de acordo com sua altura.

- Anorexia Atlética: Prevalente entre as atletas onde os critérios para o seu diagnóstico incluem: perda de peso, atraso na puberdade, disfunções menstruais, falsa imagem corporal, excessivo med de engordar, restrição alimentar, vômitos auto-induzidos, uso de laxantes e diuréticos e exercício físico compulsivo.

IRREGULARIDADES MENSTRUAIS:

Atletas femininas que praticam exercícios físicos intensos e apresentam alterações no comportamento alimentar, além de correrem o risco de desenvolverem deficiência de ferro com ou sem anemia, comumente apresentam irregularidades menstruais como a ameorréia.

- Amenorréia: É definida como falta ou interrupção do fluco menstrual, com menos de 2 ciclos menstruais por ano. É classificada como primária e secundária.
* Primária: ausência de menstruação após os 14 anos de idade em meninas que não apresentam características sexuais secundárias ou, após os 16 anos, independente de outros sinais ou sintomas.
* Secundária: está relacionada à interrupção de 3 a 12 períodos menstruais consecutivos em jovens que apresentaram uma menarca normal.

Todas as alterações no ciclo menstrual estão na dependência direta da intensidade e duração do exercício, condicionamento e a perda de peso e gordura corporal durante o treinamento.
A preocupação com distúrbios menstruais em atletas torna-se mais importante na medida em que existe uma correlação positiva destes distúrbios, principalmente a amenorréia, com alterações da densidade óssea e fraturas de estresse.

OSTEOPOROSE:
É uma condição clínica definida como um decréscimo da massa óssea. A massa óssea corresponde a 80% da variação na força óssea. O tecido ósseo é dinamicamente responsivo à demanda funcional que lhe é imposta, o que gera alterações de sua massa e força.
Muitas atletas apresentam densidade minerálica óssea equivalente a idosas de 70 ou 80 anos, sendo com8m a expressão "ossos velhor em atletas jovens".

A falta de desinformação de atletas e treinadores em relação às especificidades dos esportes que praticam, leva essas atletas a adotarem estratégias nutricionais arriscadas para atingir o objetivo necessário ao esporte que praticam, o que acarretará num enorme aumento da ocorrência de transtornos alimentares, podendo conduzir as atletas a desenvolverem irregularidades menstruais como a amenorréia e posteriormente a osteoporose.

Com isso, faz-se necessária uma educação nutricional para conscientizar atletas e treinadores sobre a importância da dieta equilibrada e adequada, a qual pode impedir o desenvolvimento da amenorréia e, conseqüentemente, prevenir a osteoporose. Além disso, a intensidade do treinamento deve ser bem planejada, evitando assim conseqüências na performance da atleta.

Bibliografia:
Assunção, S.S.M; Cordás, T.A; Araújo, L.A.S.B. Atividade Física e Transtornos Alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica. São Paulo. 2002.
Baptista, A.P; Pandini, E.V. Distúrbios Alimentares em Frequentadores de Academia. Revista Digital. Buenos Aires. Ano.10. Num. 82. 2005.
Leitão, M.B; Colaboradores. Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: Atividade Física e Saúde na Mulher. Revista Brasileira Medicina do Esporte. Vol.6. Num.6. 2000. p. 215-220.
Velardi, T.C.C; Ribeiro, B.G; Soares, E.A. Distúrbios Nutricionais em Atletas Femininas e suas Inter-Relações. Revista de Nutrição. Campinas. Vol.14. Num.1. 2001. p. 61-69.
Oliveira, F.P; Colaboradores. Comportamento Alimentar e Imagem Corporal em Atletas. Revista Brasileira de Medicina Esportiva. Niterói. Vol.9. Num.6. 2003.
Mantoanelli, G; Vitalle, M.S.S; Amancio, O.M.S. Amenorréia e Osteoporose em Adolescentes Atletas. Revista de Nutrição. Campinas. Vol.15. Num.3. 2002.




Nenhum comentário:

Postar um comentário