terça-feira, 6 de abril de 2010

Funcionários comem errado nas empresas

Estudo realizado em uma empresa de Belo Horizonte mostra que o almoço consumido pelos funcionários é hipoglicídico, hiperprotéico e hiperlipídico. Além disso, o consumo de fibras alimentares é baixo. Pesquisadores afirmam que a alimentação deve ser orientada por nutricionistas.
As Unidades de Alimentação e Nutrição têm como objetivo principal oferecer alimentação adequada às necessidades nutricionais da clientela das empresas. Os cardápios elaborados devem ser, portanto, balanceados de modo que os requerimentos em energia e nutrientes possam ser. Como no sistema self service não existem restrições das quantidades servidas, é comum que haja consumo médio elevado de alguns alimentos, principalmente das carnes e gorduras. Isso é o que mostram pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais em um estudo que teve como objetivo avaliar a adequação nutricional média do almoço self service de uma Unidade de Alimentação Nutricional da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A clientela da unidade foi constituída por 310 funcionários, na faixa etária de 16 a 60 anos. Foram estudados os 22 cardápios do período entre 8 de janeiro e 14 de março de 2001, servidos de segunda a sexta-feira.
De acordo com artigo publicado na edição de janeiro/fevereiro de 2005 da Revista de Nutrição, “as preparações culinárias de cada refeição devem ser selecionadas pelo nutricionista, levando em consideração os hábitos e as preferências alimentares da clientela, a safra, a oferta e o custo do gênero alimentício no mercado, os recursos humanos, a disponibilidade de área e equipamentos, o preparo e o consumo efetivo dos alimentos”.
No estudo, os pesquisadores constataram que o valor energético médio foi de 1108kcal. Os teores de carboidratos, proteínas e lipídios forneceram, respectivamente, 51,0%, 19,0% e 30,0% de energia metabolizável. Segundo eles, “com base nas recomendações para a população brasileira do sexo masculino (2.785kcal), os cardápios avaliados contribuíram com 40,0% da necessidade energética total, 30,0% dos carboidratos, 96,0% das proteínas e 47,0% dos lipídios. Para a população do sexo feminino (2.056kcal), os valores correspondentes foram, respectivamente, 54,0%, 41,0%, 130,0% e 64,0%”. Isso mostra que o almoço consumido pelos funcionários da empresa é hipoglicídico, hiperprotéico e hiperlipídico, com destaque para o consumo de proteínas que, de acordo com os cientistas, deveria ser reduzido cerca de 2 vezes para os homens e 3 vezes para as mulheres para atender às recomendações.
O consumo de fibra alimentar também mostrou-se inadequado, correspondendo a 48,0% das necessidades diárias da clientela. Dessa forma, a equipe alerta para a necessidade de todos os nutrientes estarem presentes em todas as refeições, nas quantidades e percentuais recomendados e levando-se em consideração as necessidades energéticas totais calculadas com base nas atividades, para que a adequação nutricional do indivíduo-médio seja atendida. “As atividades de atenção dietética devem anteceder o planejamento de uma refeição adequada, sendo inerentes ao nutricionista responsável, o que não foi priorizado na unidade estudada”, afirmam no artigo.

Fonte: Dra Shirley de Campos e Agência Notisa

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